Nossa história segue avançando e acompanhando a revolução tecnológica que coordenou a forma como consumimos a música ao longo desses anos. A corrida pela inovação tecnológica, que iniciou-se em meados dos 80, foi o motor para grandes transformações que reconfiguraram o comportamento e o consumo da sociedade mundial. A transição do analógico para o digital começava a dar seus primeiros passos, e com ela a necessidade de se consumir experiências de maior qualidade e durabilidade.
Foi então que a mídia física, até então padronizada através de uma bolacha de vinil de aproximadamente 12 polegadas, passou a sofrer um processo de compactação. A partir de uma parceria entre a Phillips e a Sony, um protótipo diferenciado começava a ser estudado no final da década de 70, com o propósito de criar um disco óptico de áudio com som superior ao vinil, e que medisse até 20 cm.
Surgiria então o Compact Disc, o popular CD, que chegava com as mesmas vantagens que o disco de vinil, além de uma maior capacidade de armazenamento, durabilidade e clareza sonora. A primeira versão do CD foi lançada em 1982, representando o trabalho do pianista e cantor Billy Joel, fruto da colaboração entre a Sony e a Phillips que junto à mídia, também lançava o primeiro CD player da história, o SONY CDP – 101.
Em meio a uma época onde os DJs tinham os toca-discos como ferramenta única para suas apresentações, o CD chegava como uma novidade e também como uma nova mídia a ser apresentada durante as performances dos disc-jóqueis. Em 1986, a empresa japonesa Technics lançava o SLP-500, o primeiro CDJ da história. O dispositivo trazia um leitor ótico para as mídias compactas, com um pitch control e um sistema de busca de faixas – parecia uma calculadora de supermercado. Logo depois, outra empresa japonesa também se interessava pelo mercado de cd players profissionais. A Denon apresentava em 1991 seu primeiro modelo DN-4000F, que pela primeira vez contava com a função CUE, hoje indispensável em todos os modelos de CDJs vigentes
Não demorou muito até que uma terceira empresa, também japonesa, aproveitasse o embalo do mercado e apresentasse uma ferramenta ainda mais inovadora. A Pioneer tomou a liderança do pódio já em sua primeira tacada, trazendo a CDJ-500 que conquistou de imediato a preferência dos DJs, por causa de sua estética bem próxima de uma picape, e pela precisão de disparo das faixas. A partir de então, a Pioneer estava pronta para entrar para a história com uma série de equipamentos que acompanhavam de forma simultânea a evolução tecnológica e a busca por eficiência e qualidade.
Durante a virada do milênio, a nave mais pilotada pelos DJs – que optavam pelo uso dos CDs – era o modelo da Pioneer CDJ-100S que se tornou rei absoluto das cabines, ao lado das picapes Technics. Com efeitos acoplados como Zip, Jet e Wah, além de promover uma ótima precisão de manuseio, a 100S marcou a história dos equipamentos juntamente ao lado de seu sucessor o CDJ-200S.
Enquanto a popularização dos CDs ficava cada vez mais forte, uma novidade surgia dentro das esferas virtuais, e colocaria novamente a indústria musical de cabeça para baixo. Surgido em 1993, mas popularizado em grande escala perto da virada do milênio, o MP3 marcaria a transição entre o consumo de mídias físicas e a adoção de mídias digitais. A música não precisava ser mais gravada em um artefato de vinil ou policarbonato, bastava reproduzi-la através de um tocador de música digital, presente no computador. Além disso, não ocuparia um espaço físico de armazenamento, e seria muito mais prático de acessá-la do que em formato físico.
Presenciando esse novo movimento latente, é claro que a Pioneer — e demais empresas do ramo — não poderiam deixar de incorporar essa boa nova. A CDJ passava a ganhar um recurso de leitura do novo formato tanto através de CDs de dados, podendo armazenar centenas de músicas em formato MP3 em uma única mídia. Modelos como CDJ 800 e CDJ 1000, passaram a conquistar o coração dos DJs do novo milênio, ainda mais quando suas sucessoras passaram a receber o novo dispositivo de armazenamento de mídias digitais, o pendrive.
Então um novo passo na história seria contado a partir daqui. O MP3 e a quase extinção das mídias físicas, anunciaria também o fim dos toca-discos e CDJs? O que viria depois disso? Essa evolução continua no próximo capítulo, quando falaremos dos controladores digitais.